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Digitalização da Indústria: A Revolução 4.0 em Marcha – Benefícios, Riscos e a Essencialidade da Cibersegurança

Neste final de semana tivemos o prazer de participar do Startup Weekend Indtech realizado no Senai Mario Amato em São Bernardo do Campo, e isto me relembrou meus bons tempos em que vivi no ambiente industrial cheios de desafios e conquistas.

Resolvi fazer uma reflexão sobre os desafios atuais, pois após 15 anos fora do dia a dia das fábricas estou do lado “tech” do negócio.

A Digitalização da indústria é fundamental para a competitividade de nosso país em um mundo muito mais complexo e com cadeias produtivas supercompetitivas, nos trazendo uma realidade que redefine o panorama da produção global. Caracterizada pela integração de tecnologias digitais avançadas – como Internet das Coisas (IoT) industrial, Inteligência Artificial (IA), Big Data Analytics, computação em nuvem, automação robótica e gêmeos digitais (Digital Twins) – a digitalização da indústria promete eficiência e inovação sem precedentes, mas também apresenta novos e complexos desafios, especialmente no que tange à segurança de dados e à convergência dos ambientes de Tecnologia da Informação (IT) e Tecnologia Operacional (OT).

Nesse cenário, compreender o equilíbrio entre a busca por inovação e a necessidade de proteção é crucial para qualquer organização que deseje prosperar na era da Indústria 4.0.

Os Benefícios Transformadores da Digitalização Industrial

A jornada rumo à indústria digitalizada é impulsionada por uma série de vantagens competitivas que as empresas não podem ignorar:

  • Aumento da Eficiência Operacional: A automação de processos, a interconexão de máquinas e sistemas (Machine-to-Machine, M2M) e a otimização de fluxos de trabalho reduzem gargalos, minimizam erros humanos e desperdícios, resultando em processos mais ágeis, produtivos e menos custosos. Tecnologias como Robotic Process Automation (RPA) e a automação avançada de linhas de produção reduzem o tempo de ciclo, minimizam o desperdício de matéria-prima e liberam a força de trabalho para tarefas de maior valor agregado e estratégico.
  • Tomada de Decisão Baseada em Dados: Com a coleta massiva, processamento e análise de dados em tempo real (Big Data Analytics), as empresas ganham insights valiosos sobre a produção, qualidade do produto, manutenção de ativos e otimização da cadeia de suprimentos. Dashboards interativos e análises preditivas permitem decisões proativas e estratégicas, desde a otimização de rotas de entrega e níveis de estoque até a previsão de demandas de mercado com maior precisão, transformando dados brutos em inteligência acionável.
  • Personalização e Flexibilidade: A digitalização possibilita a produção em massa personalizada (mass customization) e a rápida adaptação a mudanças na demanda do mercado, aumentando a capacidade de resposta e a satisfação do cliente. Conceitos como Digital Twins (gêmeos digitais) permitem simular, testar e otimizar processos, produtos e até fábricas inteiras em um ambiente virtual antes da implementação física, acelerando a inovação, a produção sob demanda e a redução de custos de prototipagem.
  • Manutenção Preditiva: Sensores inteligentes e algoritmos de Machine Learning permitem monitorar o estado de equipamentos em tempo real, prevendo falhas e anomalias antes que ocorram. Isso possibilita a manutenção antecipada e programada, evitando paradas não programadas que geram grandes prejuízos e, em muitos casos, reduzindo significativamente os custos de manutenção e aumentando a vida útil dos equipamentos críticos.
  • Novos Modelos de Negócio: A integração de tecnologias digitais abre portas para serviços inovadores, como “produto-como-serviço” (Product-as-a-Service), onde o cliente paga pelo uso do equipamento em vez da sua compra, monitoramento remoto de ativos, otimização de cadeias de valor inteiras e a oferta de soluções de software e dados como um diferencial competitivo, impulsionando novas fontes de receita e diferenciação no mercado.

Os Riscos Inerentes: Exposição de Dados e Vulnerabilidades

Apesar dos benefícios transformadores, a interconectividade e a digitalização da indústria trazem consigo uma superfície de ataque expandida, tornando a exposição de dados e a disrupção operacional riscos significativos e multifacetados:

  • Propriedade Intelectual (PI) e Segredos Comerciais: Dados sensíveis, como projetos de produtos, fórmulas químicas, algoritmos proprietários, estratégias de mercado e informações de P&D, são ativos críticos e de alto valor. Um vazamento ou roubo pode resultar em perda de PI, espionagem industrial, sabotagem competitiva e anos de vantagem competitiva perdidos, impactando severamente a inovação e a posição da empresa no mercado.
  • Disrupção Operacional e Paralisação: Ataques cibernéticos direcionados a sistemas de controle industrial (ICS/SCADA), Controladores Lógicos Programáveis (PLCs) ou redes OT podem paralisar a produção, causar danos físicos a equipamentos, comprometer a qualidade do produto e até mesmo gerar riscos à segurança dos trabalhadores e ao meio ambiente. Incidentes de ransomware, ataques de negação de serviço (DDoS) ou intrusões podem levar a interrupções prolongadas, afetando toda a cadeia de suprimentos e resultando em perdas financeiras massivas.
  • Violações de Conformidade e Penalidades: A exposição de dados pessoais ou sensíveis de clientes, funcionários ou parceiros pode levar a graves violações de regulamentações de privacidade e proteção de dados, como a LGPD no Brasil, GDPR na Europa, ou outras leis setoriais e padrões de segurança. Isso resulta em multas substanciais, ações judiciais, exigências de remediação custosas e auditorias regulatórias que oneram a empresa.
  • Danos à Reputação e Confiança: Um incidente de segurança cibernética, especialmente um vazamento de dados de grande escala ou uma paralisação de produção amplamente divulgada, abala a confiança de clientes, parceiros, investidores e do público em geral. A recuperação da reputação pode levar anos, impactar diretamente o valor de mercado da empresa e dificultar a atração de novos negócios e talentos.
  • Riscos da Convergência OT/IT: A integração de redes operacionais (OT), que tradicionalmente eram isoladas (air-gapped) e utilizavam protocolos legados e proprietários, com redes de tecnologia da informação (IT) cria novas e complexas vulnerabilidades. Sistemas OT, muitas vezes desatualizados, com longos ciclos de vida e poucas capacidades de segurança nativas, tornam-se vetores de ataque para ameaças originadas no ambiente IT, exigindo uma abordagem de segurança distinta devido às prioridades de disponibilidade e segurança funcional em OT versus confidencialidade e integridade em IT.

Cibersegurança: O Alicerce da Digitalização Segura

Diante dos riscos, a cibersegurança emerge não como um custo adicional, mas como um investimento fundamental e um pilar inegociável da estratégia de digitalização. Uma abordagem robusta de cibersegurança industrial deve incluir a aplicação de filosofias como “Zero Trust” e a adoção de arquiteturas como “Secure Access Service Edge (SASE)”, garantindo que a segurança seja aplicada de forma abrangente, granular e adaptável.

A filosofia Zero Trust (“nunca confie, sempre verifique”) assume que nenhuma entidade (usuário, dispositivo, aplicação) é inerentemente confiável, independentemente de sua localização na rede. Isso exige verificação contínua, autenticação forte e acesso baseado no menor privilégio (Least Privilege Access), minimizando a superfície de ataque e contendo potenciais brechas. A abordagem SASE (Secure Access Service Edge) converge funcionalidades de rede e segurança (como SD-WAN, Firewall as a Service, Secure Web Gateway, Cloud Access Security Broker e Zero Trust Network Access) em um único serviço baseado em nuvem, otimizando o acesso seguro de usuários e dispositivos, independentemente de sua localização, e simplificando a gestão da segurança distribuída.

Para construir uma estratégia de segurança eficaz e resiliente, as organizações devem focar em macro grupos de ações e cuidados no processo de evolução da segurança:

  1. Gerenciamento de Identidade e Acesso (IAM): Controlar rigorosamente quem acessa quais sistemas e dados, utilizando autenticação multifator (MFA) para uma camada extra de segurança, Single Sign-On (SSO) para simplificar o acesso autorizado e princípios de menor privilégio (Least Privilege) para conceder apenas os acessos estritamente necessários, reduzindo o risco de movimentos laterais em caso de comprometimento.
  2. Gerenciamento Unificado de Endpoints e Dispositivos de Acesso (UEM/EDR/XDR): Assegurar que todos os dispositivos conectados – de laptops e smartphones a servidores, PLCs e sensores industriais – estejam protegidos contra malwares, vulnerabilidades e acessos não autorizados. Soluções de Endpoint Detection and Response (EDR) e Extended Detection and Response (XDR) fornecem visibilidade e capacidade de resposta avançadas, detectando e neutralizando ameaças em tempo real em toda a superfície de ataque.
  3. Proteção contra Ameaças Cibernéticas em Todas as Camadas: Implementação de soluções de segurança de ponta a ponta, abrangendo redes (com Next-Generation Firewalls – NGFWs, Intrusion Detection/Prevention Systems – IDS/IPS), endpoints, nuvem (com Cloud Workload Protection Platforms – CWPP), aplicações (com Web Application Firewalls – WAFs) e dados (com Data Loss Prevention – DLP), garantindo uma defesa em profundidade (Defense in Depth) que dificulta a progressão de um ataque.
  4. Formação das Pessoas com Foco em Redução do Risco Cibernético: Educar e conscientizar colaboradores sobre as melhores práticas de segurança, como reconhecimento de ataques de phishing, higiene de senhas, uso seguro de dados e a importância de relatar atividades suspeitas. O fator humano é frequentemente o elo mais fraco, mas com treinamento adequado, pode se tornar uma linha de defesa essencial.
  5. Proteção e Governança dos Dados (Data Security & Governance): Implementação de políticas e tecnologias para proteger a confidencialidade, integridade e disponibilidade dos dados críticos em todo o seu ciclo de vida. Isso inclui classificação de dados, criptografia em trânsito e em repouso, prevenção de perda de dados (DLP) para evitar exfiltração, e gestão do ciclo de vida da informação para garantir a conformidade e a retenção adequada.
  6. Segurança em Nuvem / Cloud Security: Proteção de ambientes e aplicações em nuvem (IaaS, PaaS, SaaS), garantindo a conformidade com regulamentações, a resiliência dos serviços e a configuração segura de infraestruturas distribuídas. Isso envolve desde a gestão de postura de segurança em nuvem (CSPM) até a proteção de APIs e microsserviços.
  7. Serviços Gerenciados de Segurança (Managed Security Services): Para organizações com recursos limitados ou que buscam expertise especializada, a contratação de um Security Operations Center (SOC) terceirizado ou serviços gerenciados de segurança (MSSP) pode ser crucial. Isso inclui monitoramento contínuo, detecção e resposta a incidentes, inteligência de ameaças (Threat Intelligence) e gestão de vulnerabilidades por equipes especializadas, garantindo a segurança 24/7.
  8. Análise de Risco (Risk Assessment & Management): Implementação de métodos sistemáticos para identificar, avaliar, priorizar e mitigar riscos cibernéticos de forma contínua. A utilização de frameworks reconhecidos como NIST Cybersecurity Framework, ISO 27001 e CIS Controls ajuda a estabelecer uma base sólida para a gestão de riscos e a conformidade.
  9. Continuidade de Negócios e Recuperação de Desastres (BCDR): Desenvolvimento e teste de planos e estratégias robustas para garantir que as operações permaneçam ativas e possam ser rapidamente restauradas mesmo diante de incidentes críticos, como ataques cibernéticos, desastres naturais ou falhas de infraestrutura. Isso assegura a resiliência operacional e minimiza o tempo de inatividade.

Conclusão: Inovação com Responsabilidade

A digitalização da indústria é uma jornada inevitável e repleta de oportunidades sem precedentes. Para colher seus frutos e maximizar seus benefícios sem cair nas armadilhas da exposição de dados e das ameaças cibernéticas em ambientes IT e OT, é imperativo que as empresas adotem uma postura proativa e estratégica em cibersegurança. Não se trata apenas de proteger dados, mas de salvaguardar operações críticas, a reputação da marca, a propriedade intelectual e o próprio futuro do negócio. A segurança deve ser um componente intrínseco e não um adendo, desde o planejamento inicial até a operação contínua.

Você está pronto para impulsionar a transformação digital da sua empresa com confiança e resiliência?

Na Netconsulting, somos especialistas em projetos de infraestrutura de TIC com grande foco em cibersegurança. Nosso propósito é “Democratizar o acesso à cibersegurança de alta qualidade”, garantindo que organizações de todos os portes possam participar com confiança na economia digital global.

Com nossos pilares NC Cyberguard (Cibersegurança), NC Datagov (Governança de Dados), NC Datalock (Proteção de Dados) e NC Risk (Análise de Riscos), e nossa metodologia exclusiva CIAMS (Confiabilidade, Inteligência, Automação, Mobilidade e Segurança), desenvolvemos soluções sob medida para as necessidades específicas de cada cliente.

Aplicamos a abordagem “Secure Access Service Edge (SASE)” e a filosofia “Zero Trust” em todos os nossos projetos, capacitando seu negócio através da aplicação de soluções que tragam confiabilidade, inteligência, automação, mobilidade e cibersegurança, entregando uma infraestrutura resiliente.

Se sua empresa busca um aliado para navegar com segurança pelos desafios da Indústria 4.0, entre em contato com a Netconsulting. Estamos prontos para superar seus desafios tecnológicos.

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Navegando em um Mundo VUCA: Estratégias de Segurança para um Futuro Incerto no B2B

Em um mundo onde as ameaças cibernéticas evoluem mais rápido que as defesas, as empresas enfrentam desafios sem precedentes. Como proteger dados críticos, manter a confiança dos clientes e garantir a continuidade dos negócios em um ambiente tão volátil?   

Este artigo explora estratégias essenciais para navegar no complexo cenário de cibersegurança e governança de dados no contexto B2B.  

Entendendo o Mundo VUCA na visão de Cibersegurança B2B  

O acrônimo VUCA, originalmente cunhado pelo U.S. Army War College, descreve perfeitamente o ambiente de negócios moderno:  

  • Volatilidade: Mudanças rápidas e imprevisíveis 
  • Incerteza: Falta de previsibilidade e potencial para surpresas 
  • Complexidade: Múltiplas forças interconectadas afetando as decisões 
  • Ambiguidade: Falta de clareza sobre o significado de eventos 

 No contexto da cibersegurança e governança de dados nas empresas, o mundo VUCA se manifesta de várias formas:  

  • Volatilidade: Novas ameaças cibernéticas surgem diariamente, exigindo atualizações constantes nas estratégias de segurança. 
  • Incerteza: Regulamentações de proteção de dados estão em constante evolução, criando desafios de conformidade. 
  • Complexidade: Ecossistemas B2B envolvem múltiplos parceiros e sistemas interconectados, aumentando a superfície de ataque. 
  • Ambiguidade: Determinar a origem e o impacto de uma violação de dados pode ser desafiador em redes complexas. 
 Mapeando os Riscos Cibernéticos no B2B  

Os principais riscos de segurança cibernética em ambientes B2B incluem:  

  • Violações de dados 
  • Ataques de ransomware 
  • Comprometimento de e-mail corporativo (BEC) 
  • Ameaças da cadeia de suprimentos 
  • Insider threats 
 Estratégias Eficazes para Gestão de Riscos Cibernéticos 
 Identificação de Riscos 
  •  Implementar varreduras regulares de vulnerabilidades 
  • Conduzir avaliações de risco de terceiros 
  • Utilizar threat intelligence para identificar ameaças emergentes 
 Avaliação de Riscos 
  •  Adotar frameworks como NIST Cybersecurity Framework ou ISO 27001 
  • Utilizar métricas quantitativas e qualitativas para avaliar o impacto potencial 
  • Realizar análises de impacto nos negócios (BIA) 
 Mitigação de Riscos 
  •  Implementar controles de segurança em camadas 
  • Desenvolver e testar planos de resposta a incidentes 
  • Investir em treinamento de conscientização de segurança para funcionários 
 Governança de Dados: O Pilar da Segurança B2B 

 A governança de dados é crucial em ambientes B2B, garantindo que os dados sejam precisos, seguros e utilizados de forma ética e eficaz. Práticas recomendadas incluem:  

  1. Estabelecer políticas claras de classificação e manipulação de dados 
  2. Implementar controles de acesso baseados em funções (RBAC) 
  3. Manter inventários atualizados de ativos de dados 
  4. Realizar auditorias regulares de conformidade e segurança 
  5. Implementar criptografia de dados em repouso e em trânsito 

 Frameworks recomendados: COBIT e ISO/IEC 38500. 

 Abraçando Estratégias de Segurança Adaptáveis 

 Para navegar em um mundo VUCA, as empresas B2B devem adotar estratégias de segurança flexíveis e resilientes:  

Abordagens Proativas  
  1. Adoção de Zero Trust: Implementar o princípio de “nunca confiar, sempre verificar” em todas as interações de rede. 
  2. Segurança por Design: Incorporar considerações de segurança desde o início do desenvolvimento de produtos e serviços. 
  3. Threat Hunting: Buscar proativamente ameaças ocultas na rede antes que se tornem incidentes. 
 Abordagens Reativas  
  1. Resposta Automatizada a Incidentes: Utilizar SOAR para acelerar a detecção e resposta a ameaças. 
  2. Recuperação Resiliente: Desenvolver planos de continuidade de negócios que permitam uma rápida recuperação após incidentes. 
Aproveitando Tecnologias Emergentes  
  • Inteligência Artificial e Machine Learning: Para detecção de anomalias e previsão de ameaças. 
  • Blockchain: Para melhorar a integridade e rastreabilidade dos dados em transações B2B. 
  • Computação em Nuvem Segura: Para escalabilidade e flexibilidade com segurança integrada.
Conclusão: Preparando-se para o Futuro Incerto  

No cenário VUCA atual, a cibersegurança e a governança de dados não são apenas medidas de proteção, mas vantagens competitivas cruciais para as empresas. Adotar uma abordagem proativa, flexível e baseada em riscos é essencial para navegar com sucesso neste ambiente desafiador.  

Está preparado para fortalecer a postura de segurança da sua empresa?   

A Netconsulting oferece soluções personalizadas para ajudar sua organização a prosperar no mundo VUCA. Entre em contato conosco para uma avaliação gratuita de segurança e descubra como podemos proteger seu negócio para o futuro. 

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A proteção de dados no varejo digital: Um imperativo para a sobrevivência e sucesso dos negócios

O cenário do varejo está passando por uma transformação digital sem precedentes. Hoje, as operações de varejo não são apenas lojas físicas ou plataformas de e-commerce isoladas; são ecossistemas complexos e altamente integrados que englobam toda a cadeia de suprimentos e muitos prestadores de serviços. Neste ambiente interconectado, a segurança dos dados dos clientes tornou-se o alicerce fundamental para o sucesso e a longevidade dos negócios. 

A Nova Realidade do Varejo 

Com a aceleração da digitalização e o aumento estratosférico das ameaças cibernéticas, a proteção das informações sensíveis dos consumidores transcendeu a esfera de mera precaução técnica. Hoje, ela representa: 

  • Uma Obrigação Legal: Regulamentações rigorosas como a LGPD no Brasil impõem responsabilidades significativas sobre o tratamento de dados pessoais.

 

  • Uma Questão de Sobrevivência do Negócio: Um único incidente de segurança pode resultar em perdas financeiras catastróficas e danos irreparáveis à reputação da marca.

 

  • Um Desafio Multifacetado: A segurança não se limita mais apenas às fronteiras da própria empresa. A integração com fornecedores e prestadores de serviços cria uma rede complexa de potenciais vulnerabilidades. 

 

O Cenário Atual de Ameaças no Varejo 

O setor de varejo tem sido um alvo frequente de ciberataques devido à vasta quantidade de dados pessoais e financeiros que armazena. Alguns dos desafios enfrentados incluem: 

  • Ataques de ransomware: Bloqueiam sistemas críticos, exigindo pagamento para liberação. 
  • Violações de dados: Expõem informações sensíveis de clientes, como números de cartão de crédito e endereços. 
  • Phishing direcionado: Visa funcionários para obter acesso não autorizado aos sistemas. 
  • Ataques à cadeia de suprimentos: Comprometem parceiros e fornecedores para infiltrar-se nas redes do varejista. 
  • Fraudes em meios de pagamento:  uma integração robusta com os sistemas e fornecedores de meios de pagamento é fundamental para evitar pontos de vulnerabilidades. 

 

Por que a Proteção de Dados é Crucial no Varejo? 
 Confiança do Cliente 
  • A confiança é a base do relacionamento com o cliente no varejo. 
  • Clientes confiam suas informações pessoais e financeiras às empresas. 
  • Uma violação de dados pode destruir anos de construção de confiança em segundos. 
Conformidade Regulatória 
  • Leis como a LGPD no Brasil impõem obrigações estritas sobre o tratamento de dados. 
  • Não conformidade pode resultar em multas pesadas e danos à reputação. 
Vantagem Competitiva 
  • Empresas com forte proteção de dados se destacam no mercado. 
  • Clientes preferem fazer negócios com varejistas que valorizam sua privacidade. 
Continuidade do Negócio 
  • Ataques cibernéticos podem interromper operações e causar perdas financeiras significativas. 
  • Uma estratégia robusta de segurança garante a resiliência do negócio. 
  • Ataques cibernéticos podem interromper operações e causar perdas financeiras significativas. 
  • Uma estratégia robusta de segurança garante a resiliência do negócio. 
  • Necessidade de um BIA (Business Impact Analysis) robusto: 
  • O BIA é fundamental para identificar processos críticos e o impacto de possíveis interrupções. 
  • Ajuda a priorizar recursos e desenvolver estratégias de recuperação eficazes. 
  • Permite uma resposta mais rápida e eficiente em caso de incidentes de segurança. 
Cuide do Elo Mais Fraco da Cadeia 

 

  • A preocupação com a cadeia de fornecedores e prestadores de serviços integrados às redes de varejo é particularmente crucial. Qualquer vulnerabilidade nestes parceiros pode se tornar um ponto de entrada para ciberataques, comprometendo a segurança de toda a operação. Esta realidade exige uma abordagem holística à cibersegurança, que englobe: 
  • Avaliação rigorosa da segurança de parceiros e fornecedores 
  • Implementação de protocolos de segurança padronizados em toda a cadeia de valor 
  • Monitoramento contínuo e auditorias de segurança em toda a rede de parceiros 
  • Avaliação de risco cibernético nos fornecedores através da aplicação de Cyber Risk Assessment: 
  • Identificação sistemática de vulnerabilidades na infraestrutura dos fornecedores 
  • Análise detalhada dos processos de segurança e conformidade dos parceiros 
  • Quantificação do risco potencial que cada fornecedor representa para a operação 
  • Desenvolvimento de planos de mitigação específicos para cada nível de risco identificado 

 

Estratégias Essenciais para Proteger os Dados dos Clientes 

Para enfrentar esses desafios, os varejistas devem implementar uma abordagem abrangente de segurança cibernética: 

Gestão de Identidade e Acesso (IAM) 
  • Implemente autenticação multifator (MFA) para todos os usuários. 
  • Adote o princípio do menor privilégio para controlar acessos. 
Segurança de Endpoints 
  • Proteja todos os dispositivos que acessam dados dos clientes. 
  • Utilize soluções de detecção e resposta em endpoints (EDR). 
Proteção Contra Ameaças Avançadas 
  • Implemente sistemas de detecção e prevenção de intrusões (IDS/IPS). 
  • Utilize análise de comportamento do usuário e da entidade (UEBA). 
Treinamento e Conscientização 
  • Eduque funcionários sobre ameaças cibernéticas e melhores práticas de segurança. 
  • Realize simulações de phishing para testar e melhorar a conscientização. 
Governança de Dados 
  • Desenvolva políticas claras de classificação e tratamento de dados. 
  • Implemente controles de acesso baseados em funções (RBAC). 
Segurança em Cloud 
  • Adote uma estratégia de segurança nativa em nuvem. 
  • Utilize criptografia para dados em repouso e em trânsito. 

 

O Papel da Netconsulting na Proteção de Dados no Varejo 

Nossas soluções integradas abordam todos os aspectos críticos da segurança da informação para viabilizarmos a implantação das estratégias acima. 

 
Investir em Segurança é Investir no Futuro 

No cenário atual do varejo, onde cada interação digital é uma oportunidade de negócio, a proteção dos dados dos clientes não é apenas uma medida de segurança, mas um investimento no futuro do seu negócio. Ao priorizar a cibersegurança e a governança de dados, os varejistas não apenas se protegem contra ameaças, mas também constroem uma base sólida de confiança com seus clientes. 

A Netconsulting está pronta para ser sua parceira nessa jornada, oferecendo soluções de ponta e expertise para transformar a segurança de dados em um diferencial competitivo para o seu negócio de varejo. 

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Revolução do Backup com a IA Generativa na Proteção Inteligente de Dados Corporativos

Na semana passada fizemos um bate-papo sobre a revolução do backup, como estamos utilizando IA na nossa infraestrutura para auxiliar no dia a dia, e a forte interface com a questão da cibersegurança.  

A Netconsulting está focada em cibersegurança, governança de dados e projetos de infraestrutura. Estamos abordando o problema dos custos crescentes com crimes cibernéticos. De acordo com um estudo da Statista publicado este ano, os custos podem chegar a 15,6 trilhões de dólares até 2029. De 2024 em diante, esses custos podem ultrapassar 60 trilhões de dólares. 

Fonte: Statista, Ivory Capital – 2023​ 

A Netconsulting dedica-se a mitigar riscos e reduzir custos associados a incidentes de cibersegurança para seus clientes. Nosso objetivo principal é diminuir a probabilidade de ataques cibernéticos e minimizar os impactos potenciais aos negócios. Isso abrange o aperfeiçoamento da governança de dados das empresas, bem como estratégias eficazes de backup e continuidade dos negócios. 

No Brasil, os ataques cibernéticos de 2023 registraram uma queda de 41,7% comparado com 2022. No entanto, houve um aumento significativo no número de exploits específicos, deixando os ataques cada vez mais direcionados e eficazes.​ 

 

 

 

Agrupando as empresas pelo tamanho do faturamento, observamos esta concentração de pontos: em azul, empresas com faturamento acima de 50.000.000 de dólares por ano; em vermelho, empresas com faturamento até 50.000.000 de dólares por ano. O gráfico demonstra que as empresas de maior porte, com faturamento mais elevado, tendem a registrar prejuízos relacionados a ataques cibernéticos na faixa de menos de 1% do faturamento. Entretanto, ao analisarmos a curva superior, podemos verificar que a quantidade de ataques é significativamente maior, assim como a taxa de sucesso desses ataques. Este cenário está diretamente ligado à maturidade em cibersegurança e à governança de dados que as pequenas e médias empresas (PMEs) possuem. Vale destacar que as PMEs foram vítimas de 89% de todos os eventos de perda. 

Este é um cenário que tem gerado crescente preocupação. Estamos realizando um trabalho intenso de conscientização para que todos compreendam esse risco. Uma vez que as pessoas reconhecem o risco, elas poderão tomar a decisão que considerarem mais adequada para cada situação de negócio. 

O problema é que muitas vezes pensamos que não enfrentamos riscos significativos, até sermos surpreendidos por situações de roubo de informações, perda de operações, entre outros.  

Estamos na era dos ataques cibernéticos, há um dado muito relevante: atualmente, 75% das empresas sofreram pelo menos um ataque de ransomware no ano passado. A maioria relata ter sido atacada mais de uma vez no ano passado. 

The State of Malware report:  Global ransomware attacks at an all-time high, shows latest 2023 State of Ransomware report 

Os ataques estão se tornando mais assertivos, conforme evidenciado por um dado não mencionado anteriormente: o backup. Atualmente, ele já é alvo em 90% dos ataques, pois os atacantes estão focados em comprometer os backups como primeira ação. O backup é uma das maneiras mais eficientes de recuperação após um ataque hacker. 

Complementando a ideia apresentada, ao se analisar a anatomia de um ataque, é importante entender que o primeiro alvo de um atacante, quando já inserido na rede, é garantir que a vítima não consiga se recuperar. Frequentemente, as organizações contam com backups, sejam eles adequados ou não, sendo este o primeiro ponto que os atacantes visam. Se conseguirem comprometer o backup, a taxa de sucesso do ataque aumenta significativamente. 

É relevante destacar que 81% das empresas atacadas no ano passado pagaram resgate. Além disso, um dado interessante é que o impacto financeiro do não pagamento do resgate pode incluir diversos outros custos. O relatório aponta que 68% do impacto financeiro está relacionado a despesas adicionais, como a restauração do ambiente, aquisição de hardware e software, e possivelmente a realização de análises forenses para compreender como o ataque ocorreu. 

A ameaça do ransomware é cada vez mais presente e persistente. Essa ferramenta é amplamente utilizada por atacantes e um dos aspectos mais críticos é o tempo de recuperação após um ataque. Analisando os dados, observa-se que as empresas levam, em média, cerca de três semanas para declarar que estão recuperadas e que o incidente foi resolvido, com todos os sistemas restaurados e sem risco iminente de novo ataque. Durante esse período, é essencial identificar a falha no sistema que permitiu o ataque.  

Colocar um sistema de volta ao ar não garante imunidade contra futuros incidentes. A recuperação completa de um ataque leva um tempo significativo. Dados preocupantes indicam que 25% das empresas necessitam entre duas semanas e um mês para se recuperar plenamente e restabelecer seus sistemas e arquivos, assegurando que novos ataques não ocorram. 

Para mitigar esses riscos, é crucial que as empresas estejam preparadas com planos testados de recuperação rápida. O backup é apenas uma das ferramentas necessárias; estratégias de recuperação de desastres também são fundamentais. Essas estratégias devem ser desenvolvidas, testadas regularmente e complementadas com planos alternativos, pois a natureza e o impacto de um ataque podem variar. 

A Agência de Segurança Cibernética e Infraestrutura (CISA) dos Estados Unidos estabelece uma premissa importante: ser resiliente por meio de preparação e investimento em resiliência. Esta abordagem é fundamental para lidar com os desafios impostos pelo ransomware e outros tipos de ameaças cibernéticas. 

Há aproximadamente um mês, participei de um congresso promovido pela Fiesp relacionado à cibersegurança. Durante o workshop do evento, o diretor da Polícia Federal trouxe informações relevantes. Uma delas é que, pela primeira vez, haverá um brasileiro na Interpol, o que considero um feito notável e a preocupação do Brasil a respeito do tema. Além disso, ele destacou a grande preocupação do Estado brasileiro com eventos de cibersegurança, dado que eles têm o potencial de desencadear uma guerra digital. 

O governo também está enfrentando múltiplos ataques, tanto em suas instituições quanto em empresas públicas, e isso tem gerado grande preocupação. Há um esforço significativo, dentro das diversas forças governamentais, para avançar na maturidade tecnológica e nas questões de segurança cibernética no Brasil.  

Foi destacado que é crucial não efetuar pagamentos em casos de invasões, e a vítima deve contatar a Polícia Federal, que possui uma equipe dedicada à recepção de denúncias anônimas. Este procedimento é fundamental, pois permite a criação de bases de conhecimento que auxiliam na preparação e defesa de todo o ecossistema de segurança. 

Adicionalmente, há um forte movimento para aprimorar a capacitação e as práticas de segurança cibernética, visando proteger tanto o Estado quanto a população. 

Ataques cibernéticos estão se tornando mais sistemáticos, o que é um ponto relevante a ser considerado. Outro ponto importante é que, ao pagar resgates, estamos financiando atividades ilegais, semelhante à compra de drogas, perpetuando assim o problema. Além disso, não há garantia de que o ambiente será restaurado ou de que os dados não serão criptografados novamente. Há casos em que, mesmo após o pagamento, os dados continuam comprometidos após alguns dias. 

Conclusão 

A preparação para a recuperação de ataques cibernéticos é mais do que uma necessidade; é uma obrigação para qualquer empresa que deseja garantir sua continuidade operacional. A Netconsulting Data Protection está na linha de frente dessa batalha, oferecendo soluções que não apenas protegem, mas também capacitam as empresas a se recuperarem rapidamente de qualquer incidente. 

 

 

 

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Indústria 4.0 e Cibersegurança: Desafios e Oportunidades para o Setor Industrial Brasileiro

Na Indústria 4.0, onde a conectividade e a digitalização são pilares fundamentais, a cibersegurança emerge como um elemento crucial para o sucesso e a competitividade das empresas industriais brasileiras. Com a crescente integração de sistemas, a Internet das Coisas (IoT) e a automação avançada, o setor industrial se torna cada vez mais vulnerável a ameaças cibernéticas sofisticadas. 

Uma recente pesquisa conduzida pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) ( https://www.fiesp.com.br/mobile/indices-pesquisas-e-publicacoes/pesquisa-de-maturidade-da-industria-em-ciberseguranca-2a-edicao-2024 )   lança luz sobre o atual estado da maturidade em cibersegurança no setor industrial brasileiro. Os resultados revelam um cenário de desafios significativos, mas também de oportunidades para as empresas que estão dispostas a investir em sua resiliência cibernética. 

Neste artigo, exploraremos os principais insights dessa pesquisa, analisaremos os riscos e vulnerabilidades mais prementes, e discutiremos como as empresas podem fortalecer sua postura de segurança para prosperar na era digital. Além disso, apresentaremos como a Netconsulting, com sua experiência de mais de duas décadas em cibersegurança, está preparada para auxiliar as indústrias brasileiras a navegarem por esse complexo cenário. 

O Cenário Atual da Cibersegurança na Indústria Brasileira 

A pesquisa realizada pela FIESP oferece um panorama revelador sobre o estado da cibersegurança no setor industrial brasileiro. Os dados coletados de 233 empresas industriais nos permitem traçar um quadro detalhado dos desafios e da preparação do setor frente às ameaças cibernéticas. 

Incidência de Ataques Cibernéticos 

Um dos dados mais impactantes da pesquisa revela que 66,5% das empresas respondentes não sofreram qualquer tipo de ataque cibernético. À primeira vista, isso pode parecer uma boa notícia. No entanto, é crucial interpretar esse número com cautela, pois por diversas vezes encontramos empresas que foram ou estão invadidas em não sabem, pois, uma das principais fontes de renda dos “ladrões digitais” onde eles têm como objetivo ficar o maior tempo possível dentro da rede das empresas sem ser detectados.  

Por outro lado, 28,3% das empresas relataram ter sofrido algum tipo de ataque cibernético, o que representa mais de um quarto das indústrias pesquisadas. Mais alarmante ainda é o fato de que, desses ataques, 30,3% foram bem-sucedidos. Isso significa que aproximadamente 1 em cada 3 ataques conseguiu penetrar as defesas das empresas, potencialmente causando danos significativos. 

Objetivos dos Ataques 

Entre os ataques bem-sucedidos, os objetivos variaram, mas alguns se destacaram: 

  • Interrupção da operação da empresa 
  • Roubo de dados 
  • Extorsão financeira 

É particularmente preocupante que em 21,2% dos casos bem-sucedidos, houve tentativa de extorsão. Ainda mais alarmante é que, desses casos, 3 empresas efetivamente realizaram o pagamento de resgate, o que não deve ser feito, no Brasil não é crime ainda, mas quando a empresa opta pelo pagamento está fomentando a atividade ilícita fazendo “acordo” com bandidos, e ainda não tem a garantia de que seus dados não serão expostos.  

Tempo de Detecção e Contenção 

A pesquisa também revelou dados sobre o tempo de resposta das empresas aos incidentes: 

  • 80,7% das empresas conseguiram detectar o incidente em 0 a 10 dias 
  • 77,7% conseguiram conter o incidente no mesmo período de 0 a 10 dias 

Embora esses números possam parecer positivos, é importante lembrar que, em cibersegurança, cada minuto conta. Um ataque que leva dias para ser detectado e contido pode causar danos extensos e custosos. 

Interpretação dos Dados 

Esses números nos mostram que, embora a maioria das empresas não tenha sofrido ataques, existe uma parcela significativa que está vulnerável e tem sido alvo de criminosos cibernéticos. A taxa de sucesso dos ataques e o tempo de resposta indicam que há espaço considerável para melhorias na postura de segurança das indústrias brasileiras. De acordo com o último relatório da IBM, Cost of Data Breach de 2023 relata que nível mundial o tempo para detecção e contenção de um ataque é de 277 dias. Será que nossas indústrias estão melhores que a média global ou simplesmente não sabem que estão invadidas?  Para pensarmos…. 

Principais Vulnerabilidades e Riscos 

A pesquisa da FIESP não apenas quantificou os ataques cibernéticos, mas também identificou as principais vulnerabilidades que as indústrias brasileiras enfrentam. Compreender essas vulnerabilidades é crucial para desenvolver estratégias de defesa eficazes. 

O Fator Humano: A Principal Vulnerabilidade 

Um dado surpreendente e, ao mesmo tempo, preocupante é que 45,1% das empresas relataram que a principal vulnerabilidade que motivou os incidentes foi a falha humana. Este número é um alerta claro: o elo mais fraco na cadeia de segurança cibernética muitas vezes não é a tecnologia, mas sim as pessoas. 

Essa estatística ressalta a importância crítica de programas de conscientização e treinamento em segurança cibernética. Na Netconsulting, temos observado que empresas que investem em educação contínua de seus colaboradores conseguem reduzir significativamente sua exposição a riscos cibernéticos. 

Outras Vulnerabilidades Significativas 

Além da falha humana, outras vulnerabilidades importantes foram identificadas: 

  • Serviços em Nuvem e Softwares de Terceiros (20,6%): Com a crescente adoção de soluções em nuvem, a segurança desses serviços torna-se crucial. 
  • Erro Sistêmico (10,3%): Falhas nos sistemas podem criar brechas de segurança exploráveis por atacantes. 
  • Atividade Dolosa de Colaboradores ou Prestadores de Serviços (9,9%): Este dado alarmante ressalta a importância de políticas de segurança interna robustas. 
  • Credenciais Comprometidas (5,6%): A gestão inadequada de senhas e credenciais continua sendo um ponto vulnerável significativo. 
Riscos Associados 

Essas vulnerabilidades expõem as empresas a diversos riscos, incluindo: 

  • Interrupção de Operações: Como visto nos objetivos dos ataques, a paralisação das atividades é uma ameaça real e potencialmente catastrófica. 
  • Vazamento de Dados: Com a LGPD em vigor, o vazamento de dados pessoais pode resultar em severas penalidades legais e danos reputacionais. 
  • Perdas Financeiras: Seja por extorsão direta ou pelos custos associados à recuperação de sistemas e dados. 
  • Danos à Reputação: Um incidente de segurança pode abalar a confiança de clientes e parceiros, impactando negativamente os negócios a longo prazo. 
Maturidade em Cibersegurança: Um Panorama da Indústria Brasileira 

A pesquisa da FIESP oferece insights valiosos sobre o nível de maturidade em cibersegurança das indústrias brasileiras. Essa análise é crucial para entender onde o setor se encontra e quais passos precisam ser dados para fortalecer sua postura de segurança. 

Investimento em Cibersegurança 

Um dos indicadores mais reveladores da maturidade em cibersegurança é o nível de investimento. A pesquisa mostrou um cenário preocupante: 

  • 64% das empresas investem apenas até 1% do seu faturamento em cibersegurança 
  • 17% investem entre 2% e 5% 
  • Apenas uma pequena fração investe mais de 5% 

Esses números sugerem que a maioria das indústrias brasileiras ainda não prioriza adequadamente a cibersegurança em seus orçamentos. Na Netconsulting, temos observado que empresas que investem consistentemente em segurança cibernética tendem a ser mais resilientes e melhor preparadas para enfrentar as ameaças em constante evolução. 

Adoção de Medidas Preventivas 

A pesquisa também revelou dados sobre a adoção de medidas preventivas essenciais: 

  • 69,5% das empresas adotam e atualizam periodicamente seus softwares 
  • 21% possuem um Plano de Resposta a Incidentes 
  • 23,6% têm um Processo de Continuidade de Negócios (BCP) 
  • 38,2% incluem cláusulas de segurança da informação em contratos 

Embora seja positivo ver que a maioria das empresas mantém seus softwares atualizados, há uma clara lacuna na adoção de outras medidas críticas de segurança. A falta de planos de resposta a incidentes e de continuidade de negócios pode deixar as empresas vulneráveis em caso de ataques. 

Ferramentas de Segurança 

Quanto às ferramentas de segurança utilizadas, a pesquisa mostrou: 

  • 69,1% utilizam anti-spam e filtros de e-mails 
  • 62,2% possuem firewall tradicional 
  • 25,3% têm gestão de identidades e credenciais 
  • 14,2% utilizam autenticação de múltiplos fatores (MFA) 

Esses números indicam que, enquanto medidas básicas de segurança são amplamente adotadas, há uma adoção limitada de ferramentas mais avançadas e essenciais para uma postura de segurança robusta. 

Desafios na Adequação à LGPD: Um Novo Paradigma para a Indústria 

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) trouxe um novo paradigma para as empresas brasileiras, incluindo o setor industrial. A pesquisa da FIESP lança luz sobre os principais desafios enfrentados pelas indústrias nesse processo de adequação, revelando áreas críticas que demandam atenção e ação imediata. 

Principais Desafios Identificados 

A pesquisa apontou sete desafios principais enfrentados pelas empresas na adequação à LGPD: 

  • Treinamento e Conscientização (44,6%): O desafio mais citado, reforçando a importância do fator humano na proteção de dados. 
  • Gestão de Terceiros (43,3%): Garantir que parceiros e fornecedores também estejam em conformidade com a LGPD. 
  • Mapeamento de Dados e sua Manutenção (38,2%): Entender onde os dados pessoais estão armazenados e como são processados. 
  • Segurança de Dados Pessoais (34,3%): Implementar medidas técnicas e organizacionais para proteger os dados. 
  • Acompanhamento do Ciclo de Vida e Eliminação dos dados (35,2%): Gerenciar os dados desde a coleta até o descarte. 
  • Aplicação de Bases Legais (21,9%): Assegurar que o tratamento de dados esteja amparado pelas bases legais previstas na LGPD. 
  • Adequação da Inteligência Artificial (19,3%): Garantir que o uso de IA esteja em conformidade com os princípios da LGPD. 
Análise dos Desafios 

O fato de “Treinamento e Conscientização” ser o desafio mais citado reforça a importância crítica do elemento humano na proteção de dados. Isso se alinha com os dados anteriores que apontavam a falha humana como principal vulnerabilidade em incidentes de segurança. 

A “Gestão de Terceiros” como segundo maior desafio indica a complexidade das cadeias de suprimentos e parcerias no setor industrial. Garantir que todos os elos dessa cadeia estejam em conformidade com a LGPD é um desafio significativo, mas crucial para a proteção integral dos dados. 

O “Mapeamento de Dados” e a “Segurança de Dados Pessoais” destacam a necessidade de uma abordagem sistemática e tecnicamente robusta para a gestão de dados nas organizações. 

Adequação à LGPD como Vantagem Competitiva 

É importante ressaltar que a adequação à LGPD não deve ser vista apenas como uma obrigação legal, mas como uma oportunidade de diferenciação no mercado. Empresas que demonstram comprometimento com a proteção de dados tendem a ganhar mais confiança de clientes, parceiros e investidores. 

Para médias empresas e aquelas que buscam adequação à LGPD e ISO27001 para fazer negócios com empresas maiores, a Netconsulting oferece soluções escaláveis que permitem uma jornada de conformidade gradual e sustentável. 

Conclusão: Construindo um Futuro Seguro e Inovador para a Indústria Brasileira 

Ao longo deste artigo, exploramos o panorama atual da cibersegurança e da adoção de tecnologias avançadas no setor industrial brasileiro, baseando-nos nos dados reveladores da pesquisa da FIESP. Este cenário nos apresenta um quadro de desafios significativos, mas também de oportunidades promissoras para as empresas que estão dispostas a investir em sua resiliência cibernética e maturidade digital. 

Recapitulando os Principais Insights 
  • Incidência de Ataques: Embora 66,5% das empresas não tenham sofrido ataques, 28,3% já enfrentaram incidentes cibernéticos, com uma taxa de sucesso preocupante de 30,3%. 
  • Vulnerabilidades Críticas: A falha humana emerge como a principal vulnerabilidade (45,1% dos casos), seguida por riscos associados a serviços em nuvem e softwares de terceiros. 
  • Investimento Limitado: 64% das empresas investem apenas até 1% do seu faturamento em cibersegurança, indicando uma possível subestimação dos riscos cibernéticos. 
  • Desafios na Adequação à LGPD: Treinamento, gestão de terceiros e mapeamento de dados são os principais obstáculos enfrentados pelas empresas. 
O Caminho à Frente: Recomendações para uma Indústria Mais Segura e Inovadora 
  • Priorize o Investimento em Cibersegurança: Considere a segurança cibernética como um investimento estratégico, não apenas como um custo. Um orçamento adequado pode prevenir perdas financeiras e reputacionais significativas. 
  • Foque no Fator Humano: Implemente programas robustos de treinamento e conscientização em segurança cibernética para todos os níveis da organização. Lembre-se: seus colaboradores são tanto sua primeira linha de defesa quanto seu ponto mais vulnerável. 
  • Adote uma Abordagem Holística de Segurança: Implemente soluções que cubram todas as camadas de sua infraestrutura, desde endpoints até a nuvem. A abordagem SASE (Secure Access Service Edge) e a filosofia Zero Trust são fundamentais nesse contexto. 
  • Priorize a Conformidade com a LGPD: Veja a adequação à LGPD não apenas como uma obrigação legal, mas como uma oportunidade de fortalecer sua postura de segurança e ganhar a confiança de clientes e parceiros. 
  • Implemente Governança Ética de IA: Ao adotar tecnologias de IA, assegure-se de implementar práticas de governança que garantam seu uso ético, transparente e responsável. 
  • Desenvolva um Plano de Resposta a Incidentes: Esteja preparado para o pior cenário. Um plano bem estruturado pode minimizar significativamente o impacto de um ataque cibernético. 
  • Busque Parcerias Estratégicas: Considere parcerias com especialistas em cibersegurança para complementar suas capacidades internas e se manter atualizado com as últimas tendências e ameaças. 
O Papel da Netconsulting na Jornada de Transformação Digital Segura 

Na Netconsulting, entendemos que cada empresa tem uma jornada única em direção à maturidade digital e cibernética. Nossa abordagem personalizada, baseada na metodologia CIAMS (Confiabilidade, Inteligência, Automação, Mobilidade e Segurança), nos permite adaptar nossas soluções às necessidades específicas de cada cliente. 

Para grandes empresas, oferecemos soluções abrangentes que integram cibersegurança avançada, governança de dados e implementação ética de IA. Para médias empresas e aquelas buscando adequação à LGPD e ISO27001, proporcionamos um caminho escalonável e sustentável para elevar sua maturidade em segurança e conformidade. 

Nossa missão é ser seu parceiro estratégico nessa jornada, ajudando a construir uma indústria brasileira mais segura, inovadora e competitiva no cenário global. 

Chamada para Ação 

O cenário de ameaças cibernéticas está em constante evolução, e a inação pode ser extremamente custosa. Convidamos você a dar o próximo passo em direção a uma postura de segurança mais robusta. 

Entre em contato com a Netconsulting hoje mesmo para uma avaliação gratuita de sua maturidade em cibersegurança. Juntos, podemos construir um futuro digital mais seguro e próspero para sua empresa e para a indústria brasileira como um todo. 

Lembre-se: no mundo digital de hoje, a segurança cibernética não é apenas uma medida de proteção – é um diferencial competitivo e um catalisador para a inovação responsável