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Business cibersegurança

O impacto da BIA (Business Impact Analysis) no setor de saúde

A Análise de Impacto nos Negócios ou Business Impact Analysis (BIA) é uma metodologia sistemática projetada para prever as consequências da interrupção de funções e processos de negócios e para recolher informações necessárias para desenvolver estratégias de recuperação. Este é um componente essencial para qualquer plano de continuidade de negócios, particularmente em setores críticos como o de saúde, onde as interrupções podem literalmente significar a diferença entre a vida e a morte.

Conceito de BIA

A BIA identifica e avalia os efeitos que eventos adversos podem ter sobre as operações de uma organização. Especificamente, ela procura responder a várias perguntas-chave:

  • Quais são os processos críticos de negócios?
  • Que impacto um período de inatividade teria sobre esses processos?
  • Quão rapidamente esses processos precisam ser recuperados para evitar um dano significativo?
  • Quais recursos (pessoas, tecnologia, dados) são necessários para retomar esses processos de modo eficaz?

No contexto de um hospital, isso significa avaliar quais sistemas e operações são essenciais para o atendimento ao paciente e a continuidade dos serviços, mesmo diante de um ataque cibernético ou falha técnica.

Importância do BIA na Cibersegurança Hospitalar

O setor de saúde, carregado de dados sensíveis e críticos, enfrenta riscos constantes de ataques cibernéticos. Essas ameaças podem variar de violações de dados até ransomware, que podem paralisar operações cruciales. A BIA torna-se, portanto, essencial para antecipar o impacto de tais eventos e preparar respostas adequadas.

Problemas Enfrentados no Setor de Saúde

Volume e Sensibilidade dos Dados: Hospitais armazenam grandes volumes de dados confidenciais sobre pacientes. A privacidade, a segurança e a integridade destes dados são vitais.

Infraestruturas Legadas: Muitos hospitais ainda operam com sistemas antigos que não foram projetados com a segurança cibernética moderna em mente, tornando-os vulneráveis a ataques.

Recursos Limitados: Muitas instituições de saúde enfrentam restrições de orçamento, o que limita sua capacidade de investir em soluções de segurança de ponta ou na contratação de especialistas em TI.

Conformidade Regulatória: Leis de proteção de dados, como a LGPD no Brasil, impõem normas rígidas para a segurança da informação. A não conformidade pode resultar em penalidades severas, além de danos à reputação.

Aumento dos Ataques de Ransomware: Hospitais são alvos frequentes de ataques de ransomware, pois os invasores sabem que criticar dados ou interromper serviços críticos pode forçar as organizações a pagar para restaurar o acesso.

O Papel da BIA na Mitigação de Riscos

Uma abordagem através do BIA pode ser transformadora na gestão de riscos de cibersegurança nos hospitais.

Identificação de Processos Críticos

A BIA ajuda a isolar e priorizar os processos mais críticos que devem ser restaurados após uma interrupção. No ambiente hospitalar, isso pode incluir:

  • Sistemas de gestão de informações dos pacientes (EMR/EHR)Sistemas de laboratório e diagnóstico
  • Equipamentos médicos conectados à Internet das Coisas (IoT)
  • Infraestrutura básica de TI necessária para comunicação interna e externa
Avaliação do Impacto

Ao determinar o impacto potencial de uma interrupção em diferentes processos, a BIA oferece uma visão clara das áreas de maior risco. Por exemplo, quanto tempo um hospital pode operar sem acesso aos registros dos pacientes antes de comprometê-los?

Descoberta de Vulnerabilidades

A BIA também auxilia na análise das vulnerabilidades existentes dentro das infraestruturas antigas e novos sistemas tecnológicos. Com este conhecimento, hospitais podem reforçar suas defesas cibernéticas de forma eficaz.

Desenvolvimento de Estratégias de Recuperação

Com a informação recolhida, estratégias eficazes de recuperação podem ser projetadas. Isso pode incluir planos de recuperação de desastres, políticas de backup de dados e protocolos para recuperação imediata após ataques cibernéticos.

Soluções e Implementação da BIA

Para implantar a BIA com sucesso, é necessário um plano estruturado que inclui as seguintes etapas:

Engajamento das Partes Interessadas: Assegurar que administradores hospitalares, diretores de TI, médicos e, possivelmente, órgãos reguladores participem do processo de BIA.

Mapeamento de Processos: Identificar e documentar todos os processos de negócios, associados e interdependentes, para entender suas interações e importância relativa.

Análise de Impacto: Avaliar o impacto financeiro, operacional e reputacional de interrupções em processos críticos.

Implementação de Medidas Protetivas: Desenvolver e implementar controles de mitigação de riscos com base nos riscos identificados. Isso pode incluir atualizações de software, patching de segurança e treinamento de pessoal.

Testes e Atualizações Contínuas: Regularmente testar protocolos de recuperação e atualizar o BIA conforme necessário para refletir as mudanças nas operações e o ambiente de ameaças.

Conclusão

A Análise de Impacto nos Negócios não é mais um luxo, mas uma necessidade estratégica no setor de saúde. Frente aos avanços cibernéticos e a crescente sofisticação dos ataques, o BIA oferece um caminho claro e preparado para que os hospitais consigam não apenas sobreviver, mas também prosperar em um ambiente cheio de incertezas. Implementar o BIA de forma eficaz pode transformar a maneira como as instituições de saúde planejam e respondem a eventuais incidentes cibernéticos, garantindo que continuam a fornecer cuidado crucial e seguro para todos os pacientes.

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LGPD

Você contrata de acordo com a LGPD?

A chegada da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) impactou muitas áreas dentro das empresas, incluindo o RH.

A LGPD garante aos titulares dos dados o direito à privacidade e concede-lhes controle total sobre como suas informações devem ser utilizadas e se podem ser usadas.

O departamento de RH lida diariamente com dados pessoas (Nome, Telefone, Documentos) de seus colaborados e também lida com Dados Sensíveis (foto, histórico médico, origem racial etc). Além disso, também coleta dados de candidatos às vagas de trabalho.

E como começar a se organizar e se adequar à LGPD no processo seletivo:

– Decidir quem recebe os currículos;

– Quais informações precisam nas fichas de cadastros;

– Quem tem acesso a estas informações;

– Decidir se terá um banco de currículo;

-Por quanto tempo os currículos serão armazenados e de que forma será a sua gestão

Também é muito importante:

– Definam uma pessoa para ser encarregada pelos dados e mantenham tudo conforme exigido pela Lei.

– Ter um termo de consentimento para ser assinado por candidatos e colaboradores;

– Dar importância a comunicação interna;

– Colete somente os dados necessários;

– Contrate um parceiro especializado em adequação a LGPD para garantir que tudo esteja correto.